terça-feira, 9 de outubro de 2007

Normal?

Eu nunca fui uma menina normal...
Lembro que na minha quarta série, a professora mandou todos os alunos da sala escrever no caderno palavras bonitas de se falar. Eu achava que eram palavras que a gente gostasse de falar, de pronunciar, enfim, então logo após a gente fazer, ela perguntou quais eram. Foi uma enxurrada de palavras ao mesmo tempo: “amor”, “amizade”, “alegria”, “felicidade”, “fraternidade”, “brincar”... e enquanto todos falavam palavras do tipo, a professora ia repetindo-as e confirmando com a cabeça. Até que saiu de mim: “pacote”. A professora, que estava no pique de balançar a cabeça, falou confirmando com a cabeça: “pacote...”. Mas aí então parou, fez uma cara de “ã?”, e repetiu, com outro tom: “Pacote??”... Bem, para mim pacote era uma palavra legal de ser falar. Eu gostava da pronuncia, do jeito que se falava. “Pa-co-te”. É, eu achava legal. Mas a professora não me compreendeu. E sorte a minha que nenhum de meus colegas ouviu. Poderiam ter me chamado de doida ou algo do tipo, e eu não curtia ser o centro das atenções (aliás, nunca gostei). Sempre fui muito tímida, e algumas vezes isso é um grande problema para mim. Mas ultimamente tenho tentado mudar a situação e me tornar uma pessoa mais comunicativa e menos calada.
Me lembro também da minha quinta serie, quando eu cheguei novata, e não falei com ninguém, ninguém mesmo. Só ousava falar meu nome (quando perguntavam) e nada mais. Quando comecei a me enturmar, cheguei a assustar uma garota quando falei meu primeiro palavrão lá (naquela época eu era uma pestinha). Para elas, “alta classe”, palavrão era uma coisa super anormal. Para mim, era normal sim. ERA. Bem, total que eu fui andar com meninos, já que as garotas eram frescas demais para ouvir um “porra”. E com os meninos, eu aprendi a ser moleca. Eu nunca fui feito as outras meninas. Eu nunca fui fresca. Umas vezes depois da infância, eu admito, eu tentei gostar de rosa. Mas, felizmente, não deu certo e hoje sou fã do básico, do preto e do cinza. Pink num é comigo não.
Lembro também de uma época , aos meus plenos 10 anos de idade, quando eu viciei em visitar o site “Assustador”. Isso é normal?? Uma menininha de 10 anos vendo "historinhas" de terror? Não acho que seja. Não a um tempo atrás.
Bem, além disso eu não consigo achar nunca a minha turma. Todas as meninas sempre acham de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde em sua pré-adolescência uma turma pra fazer parte. Eu nunca achei. E até hoje eu não acho.

Um dia quem sabe...

^^

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