quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O que a vida tem me ensinado...

  • As pessoas podem ser tão (ou mais) más quanto nós imaginamos.
  • Minha ingenuidade tem me levado a lugares ruins.
  • Se você tem pelo menos uma pessoa em quem você possa depositar confiança verdadeira, fique feliz e saiba que é um número alto.
  • Pertence a mim o sentimento de amor à raça humana, mesmo sabendo que são cobras venenosas, falsas e mortíferas. Infelizmente (ou felizmente? Não tenho certeza.).
  • Minha personalidade extremamente sentimental também tem me levado a lugares ruins.
  • Pessoas são seres horrendos, oh céus, e adoram trazer aos semelhantes sentimentos ruins para que possam se sentir superiores de alguma maneira.
  • Ficar só é ruim, mas se sentir só é uma das piores coisas do mundo.
  • Poucas são as pessoas que conseguem entender de verdade meus sentimentos - a maioria debocha deles.
  • Me pergunto seriamente: Por que ainda dou chances, tenho paciência, não desisto das pessoas? Eu até sei a resposta, mas a pergunta é meio insistente.
  • E mais uma vez, só pra frisar, os humanos (salvo raras exceções) são o mal do século (e por que não da era?!).

Vivendo e aprendendo.

Ps.: Quando me refiro a 'pessoas' estou generalizando. Mas sim, há uma exceção no mundo físico (meu Rafa) e uma no espiritual (Yeshua).

sábado, 10 de setembro de 2011

Último olhar



O tempo foi cruel e decidiu nos deixar sós.
Em minha terra ao relento de uma lembrança cor-de-cinza
Penso que poderia ser diferente e você poderia estar aqui comigo
E quem sabe eu pudesse nunca sentir essa dor que rasga minha carne com petulância.
Mas não foi, não é, não há de ser diferente
E apesar do tempo, seremos.
Com a memória de teu último olhar refletida em meu pranto,
eu sinto que apesar do tempo, viveremos.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Árvore


Eu estava sozinha. Não tinha um ser sequer por entre os vazios que me rodeavam.
A muito tempo não via mais cor, não via mais tempo, não via mais nada.
Ainda lembro de um moço, que não muito tempo atrás chegou perto de mim e chorava incessantemente, angustiado. Acolhi ele sob minha sombra, e ouvi todos os seus problemas. Entendia alguns, mas eu absolutamente não entendi um, por mais que tentasse.
"E o que vai acontecer comigo? Eu estou aqui hoje e agora, e quem sabe o que vai ser de mim daqui a 10 minutos? E tudo o que eu sou, o que fiz, o que sonho, o que quero? Também se vai?! Não quero isso. Não quero um fim..."
Suas lágrimas encharcavam o meu corpo.
"Trabalho a vida toda, com muito suor eu consigo alcançar o que quero. Amo minha mulher com todo o meu coração, vejo cenas lindas, sinto sensações tão diversas, vivo de modo intenso... E nada disso adianta. Eu vou embora deste mundo! Serei apenas poeira, uma lembrança que aos poucos sumirá..."
Pra mim era sem sentido o que ele estava falando.
"Eu queria ser como você! Desde que meu avô era pequeno ele fala que você está por aqui... E que você estava aqui quando o avô dele era criança também! Imagino como deve ser bom não ter que morrer, ver o mundo mudando, pessoas diferentes, épocas difentes! E as histórias que você já presenciou? Nossa... Deve ser bom demais não morrer..."
Discordei.
O moço enxugou as últimas lágrimas que caíam em suas bochechas rosadas e pegou um estilete de seu bolso.
Em meu corpo, deixou marcado seu nome e a data de seu discurso, como já fizeram tantos outros. E foi embora, como todos os outros. E fiquei só.
Senti inveja mais uma vez, como sempre sinto quando alguém vai embora.
Estou aqui, presa, paralisada. Vi sim, muitas épocas passarem, muitas pessoas, o mundo mudando. Mas nada disso foi bom. Quando me apegava às pessoas, elas se íam. Quando me acostumava com o mundo, ele mudava. Quando gostava da época, ela já não estava lá. E eu permaneci.
Quando eu era um pequeno ramo isso me feria. Mas hoje, eu já não sinto mais dor.
No âmago de meu pensamento, choro continuamente por não poder sentir sensações diferentes, não amar profundamente alguém, não poder ver lugares diferentes! Como eu queria isso. E aceitaria bem o fim.
Nada mais justo do que ter um tempo determinado, porém desconhecido. Saber que amanhã eu posso não estar aqui, que amanhã serei talvez pó! Fantástico. O tempo e suas transições são fantásticas.
Pois de que adianta eu viver várias épocas, ver várias pessoas, e ver o mundo mudar, e ficar por aqui? A  aparente imortalidade me causa tormento. Meus ramos estão velhos e secos, meu corpo marcado é a prova de que tudo vi, mas nada vivi. Meus amores de jovem se foram, meus sonhos viraram fumaça, e eu estou aqui.
Não quero eternidade. Quero a eternidade do momento que tem fim.
E por enquanto, fico aqui. Estática. Esperando que algo me leve, que me tire deste mundo. Sozinha, coberta por meus pensamentos...
E a brisa leva a última folha. Quem sabe a minha hora chegue também.


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p.s.: Não, não copiei de alguém.