sexta-feira, 28 de março de 2008

Procuro a porta

Texto que fiz na aula de redação.

Procuro a porta

Não muito tempo atrás eu vim cair na real e percebi que ao meu redor haviam dezenas de pedreiros invisíveis, trabalhando em um muro invisível ao meu redor. Invisível, porém forte.

Esse muro, apesar de forte, não é tão alto que não possa ser escalado, mas eu ainda sou pequena e não alcanço o topo dele. Sei que se eu tentar muito, um dia eu alcanço-o e saio do muro. Mas a verdade, é que além de pequena, eu sou fraca. Fraca e medrosa.

É por isso que eu vago entre as paredes circulares do meu muro à procura de uma porta, uma janela, uma brecha. Muitas vezes quando eu pulo alto, ainda consigo enxergar o lado de fora. É lindo! É único! São nesses pulos que mais invejo os passarinhos. Mas não aqueles que voam, e sim aqueles que ficam na gaiola.

Os pássaros que voam não são meu objeto de inveja, pois sei que se eu conseguir asas agora, não saberia voar. Eu queria mesmo era ter pelo menos a visão que eles têm de dentro de suas gaiolas. Mesmo dentro de gaiolas, o mundo não é um mistério para eles. Eles sabem o que os aguardam se um dia saírem. Porém meu muro não me deixa ver o mundo afora. É por isso que procuro a porta.


Gabriela Silva (eu)

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