sábado, 22 de março de 2008

Pai e filha

Sábado dia 22 de Março de 2008
Digamos que um dia diferente
Eu achava que ia ser bastante igual a todos os outros que já passei com meu pai
Ele ia pra pelada enquanto eu ficava vendo-o jogar. E depois nada de interessante e meu sábado acabaria sem um momento a sós com ele, um momento de pai e filha mesmo.
Aqueles momentos que eu só tive quando era filha única e ele ìa passar os fins-de-semana comigo em algum hotel de Boa Viagem. Aquilo sim era relação pai e filha. Exemplar, digamos. Até de dar inveja.
Ele estava lá comigo, no parque, piscina, praia, casa de avó, clube, hotel, shopping. Eu e ele. Ele e eu. Mais do que presentes, ele se doava para mim. A atenção dele era toda para mim. Mas esse tempo já passou. E as coisas mudaram, e não foi pouco.
O foco da atenção do meu pai mudou. Ele agora não tem apenas uma filhina. Ele tem uma filhinha e dois garotinhos. E, diga-se de passagem, a garotinha já não é tão garotinha. É uma moça já.
Mas, continuando... eu achava que ìa ser mais um sábado com meu pai.Mas não foi.
Depois da pelada meu sábado não acabou. Nós tivemos um momento de pai e filha! Sim!
Ele pegou o carro e nós fomos pela orla da bela João Pessoa, andando sem compromisso, bem lentamente enquanto eu ia fotografando a praia. Não trocamos muitas palavras, mas enquanto o carro ìa na pista a 50 km/h, a música na rádio tocava a música perfeita, o tempo pareceu não estar nem aì pra a pressa. O relógio pareceu ter tirado uma folga, o stress pareceu ter sido apenas um pesadelo infantil (daqueles com bicho-papão e tudo mais), a tensão que a pouco tempo estava tomando conta dos meus pensamentos pareciam ter sido apenas ilusão. Palavras em excesso não pareciam ter sentido. O bem-estar que existia ali parecia ser o poema sem palavras mais lindo que poderia ser declamado naquele momento.
Enquanto nós visitávamos o 'Jacaré', toda aquela multidão, todo aquele calor parecia ser apenas mais um pretexto para nossa caminhada juntos. O brilho do sol batendo no rio estava perfeito, a camera estava nas minhas mãos, a melhor companhia estava ali do meu lado. Meu pai.
Nada mais era necessário. Parecia até conto de fadas. Eu estava tendo uma das melhores tardes com meu pai, eu estava me re-apaixonando pelo meu cargo de filha. Não sei se você leitor está compreendendo o que eu estou falando. É até meio dificil mesmo de se entender, mas é isso.
Graças a Deus pela vida do meu pai.
Sei que um dia vou perdê-lo, mas nunca vou me esquecer dessa tarde ao seu lado.
Um simples sorriso selou nossa tarde. Nada mais verdadeiro.
Eu amo meu pai.
Para sempre.

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